Trilema de Münchhausen

Um conceito filosófico formulado por Hans Albert, que apresenta um desafio cético: o filósofo questiona, por meio deste conceito, a possibilidade de provar qualquer verdade com certeza absoluta.

Para ele, há uma impossibilidade em se estabelecer uma base segura para o conhecimento, pois qualquer tentativa de justificação pode cair em pelo menos uma de três situações problemáticas:

  1. Regressão infinita: onde cada justificação requer uma justificação adicional, levando a um infinito regresso.

    Se perguntarmos por que acreditamos na justificativa, seremos levados a buscar uma nova justificativa para essa segunda crença, e assim por diante.

  2. Círculo vicioso: ocorre quando a justificação de uma crença acaba recorrendo à própria crença que está tentando justificar, direta ou indiretamente.

    A justificativa geral de nossas crenças deriva da interconexão de todo o sistema. Se a justificativa depende da afirmação que está sendo justificada, então não há verdadeira justificação, apenas uma repetição circular de ideias.

  3. Justificação arbitrária: onde se aceita algo como verdadeiro sem justificação, o que é considerado arbitrário.

    Isso pode ocorrer por várias razões, como a aceitação de axiomas ou pressupostos que são considerados óbvios ou indiscutíveis. O problema é que, se aceitamos algo sem justificativa, podemos estar introduzindo um elemento arbitrário que não sustenta de forma convincente o conhecimento ou crença derivado dele.

Contra-argumento

Diversas bases epistemológicas refutam o trilema. Tendo como base o determinismo, chegamos a uma perspectiva na qual todas as nossas crenças e justificativas são o resultado de uma sequência causal de eventos governados por leis naturais. Isso implica que cada pensamento, percepção e conclusão que temos é o desfecho inevitável de processos anteriores, que incluem nossa educação, experiências sensoriais e capacidades cognitivas inatas. Assim, o Trilema poderia ser um falso dilema, na medida em que exige uma forma de justificação que não leva em conta a natureza causal do conhecimento.