Distant Voices, Still Lives 1988

Um filme lindo, muito lindo, e também muito difícil se você se comove com histórias sobre o trauma e desavenças familiares. O que começa com uma confraternização feliz, se torna momentos de flashback onde as memórias mostram a parte obscura da família: um pai abusivo, cujas ações deixaram cicatrizes profundas, tanto físicas quanto emocionais, em sua esposa e filhos.

A trama tece uma ligação profunda entre música, poesia e as nuances da vida familiar, mostrando como a felicidade pode estar entrelaçada com lembranças amargas. Esse entrelaçamento torna o filme em um fluxo constante de emoções. A melancolia permeia por quase toda a obra, e a força e a tristeza dos personagens é alavancada pelas músicas que cantam.

O filme é um retalho de memórias, algumas tristes e algumas felizes, mas todas estranhamente doloridas. Demonstra como podemos envelhecer, tornarmos resilientes e criar novos vínculos: uma esposa, filhos, mas mesmo assim guardar o lado frágil e infantil que é marcado pelos nossos traumas.


Review no Letterboxd: ‎‘Distant Voices, Still Lives’ review by Igor Frade • Letterboxd