Cries and Whispers 1972
O vívido e simbólico vermelho de Cries and Whispers evoca emoções complexas, que vão além da dor e do sofrimento. Tradicionalmente associado à paixão e sangue, é ressignificado para representar a agonia (e serenidade) da morte. Enquanto Agnes morre lentamente, a vida acontece.
A intimidade e a tensão entre as três irmãs são expostas de maneira crua, enquanto lidam com a doença terminal de Agnes. Essa dor e o vazio que a morte e a inexistência traz não é súbita, mas uma agonia retratada ao longo de todo o filme. Trata-se de um filme íntimo e bonito como poesia.
A mansão onde a história se desenrola é um personagem por si só, seus amplos corredores e salas silenciosas servem como um reflexo da solidão e do isolamento dos personagens, e o silêncio introspectivo do filme adiciona ainda mais a esta carga emocional.
É um filme que marca, por sua beleza estética e emocional, e uma verdadeira obra prima de Ingmar Bergman.
Review no Letterboxd: ‘Cries and Whispers’ review by Igor Frade • Letterboxd