Manuscritos econômico-filosóficos
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Descrição do Livro
Escritos em 1844, os Manuscritos apresentam a base do pensamento de Marx, a concentração de sua filosofia na crítica da economia política de Adam Smith e David Ricardo. Expõem a discrepância entre moral e economia, denunciando a radicalidade da alienação e da exploração do homem pela empresa capitalista.
Anotações
enquanto essa separação interessa ao trabalhador, que precisa do meio de produção para sobreviver, não interessa ao capitalista, que faz uso da mais valia destes trabalhadores, ou seja, não precisa se preocupar com nada além da manutenção e expansão de seu capital
O mínimo salário necessário ao trabalhador é o que garantirá sua subsistência
Max descreve que há uma tendência da mercadoria a encontrar o seu preço natural, com isso, o preço dessa mercadoria pode variar para baixo, sendo assim, para que não leve prejuízo, o capitalista pode renegociar o salário do trabalhador.
E com isso, o trabalhador, que não tem outra opção, se verá arcando com esse prejuízo, pois não tem alternativa senão aceitar um salário menor
"O trabalhador não precisa necessariamente ganhar com o ganho do capitalista, mas necessariamente perde quando ele perde. Assim, o trabalhador não ganha quando o capitalista mantém o preço de mercado acima do preço natural através de segredo de comércio ou industriais, através do monopólio ou da localização favorável de sua propriedade (Grundstück)"
O trabalhador também está em desvantagem, dado que o seu salário não acompanha o poder de compra
"Mesmo na situação de sociedade que é mais favorável ao trabalhador, a consequência necessária para ele é, portanto, sobretrabalho e morte prematura, descer à [condição de] máquina, de servo do capital que se acumula perigosamente diante dele, nova concorrência, morte por fome ou mendicidade de uma parte dos trabalhadores."
a divisão do trabalho reduz o trabalhador à condição de máquina
à medida que a sociedade acumula riqueza, o trabalhador empobrece, à medida que essa riqueza aumenta, mas a renda do trabalhador permanece estática
apesar do aumento na produção, não se reduz a jornada de trabalho
não é possível acumular trabalho humano
o capital é o poder de governo do trabalho dos outros, e esse poder pode ser comprado. O capitalista não é dotado de nenhuma característica especial senão a posse do capital (ou o poder de comprar o poder de governar)
A aplicação do capital nem sempre é útil pra sociedade, pois segue apenas a capacidade de gerar retorno ao capitalista, e não as reais demandas da sociedade em questão
o grande capital aumenta em um ritmo mais acelerado que o pequeno capital, portanto, o acúmulo de capital sufoca o pequeno burguês
"Alugar seu trabalho é começar a sua escravidão; alugar a matéria do trabalho é constituir a liberdade. ...o trabalho é o homem. A matéria, ao contrário, nada tem do homem. Pecqueur, théor. soc. etc. p. 411-12
O elemento matéria, que é impotente para a criação da riqueza sem o outro elemento trabalho, recebe a virtude mágica de ser fecundo para eles como se eles aí tivessem colocado, por eles mesmos, esse elemento indispensável. Ibid. l.c."
pouco importa a mão de o obra empregada, a preocupação do capitalista é com o produto, ou melhor, seu lucro.
a renda da terra trata-se de um preço de monopólio, pois não trata-se da quantidade de trabalho empenhado para chegar à tal preço, e sim à limitação de acesso a essa terra.
o acesso a terra, por ser limitado, pois há somente tanta terra livre no mundo, é suscetível ao monopólio.
as benfeitorias no terreno e em seu entorno beneficiam somente (ou em sua grande parte) ao latifundiário.
além disso, o arrendatário não tem vantagem alguma ao negociar o preço do arrendamento, enquanto o latifundiário possui a terra, aproveitando-se então desta relação monopolista
a renda da terra sempre vem do trabalho: não é algo passivo, que simplesmente se dá ao deter uma determinada quantidade de terra.
sendo assim, a renda da terra, na maioria das vezes, advém da sobra de alimentos que foram plantados. além disso, pode advir de outras benfeitorias, mas todas essas, associadas ao trabalho humano.
"A maior procura de produtos em [estado] bruto, e a partir daí a elevação do valor, pode resultar, em parte, do aumento da população e do aumento de suas carências. Mas cada nova invenção, cada nova aplicação que a manufatura faz de uma matéria-prima até agora nunca ou pouco utilizada, aumenta a renda da terra. Assim, por exemplo, a renda das minas de carvão subiu extraordinariamente com as estradas-de-ferro, barcos a vapor, etc."
o proprietario de terra não tem nenhum interesse no bem estar da sociedade, apenas na valorização e de dominio de sua terra.
"O pequeno proprietário fundiário que trabalha pra si próprio encontra-se, dessa maneira, diante do grande proprietário fundiário na mesma relação de artesão. Que possui um instrumento próprio, para com o dono da fábrica. A pequena posse fundiária tornou-se mero instrumento de trabalho. A renda da terra desaparece totalmente para o pequeno possuidor fundiário; permanece-lhe, no máximo, o juro do seu capital e seu salário; pois a renda da terra pode ser impulsionada pela concorrência a se tornar apenas e tão-somente o juro do capital não aplicado pelo mesmo."
como a renda da terra tem uma tendência de cair, apenas as pessoas mais ricas tem condições de viver dela, enquanto os pequenos proprietários irão murchar aos poucos
é necessário que o proprietário da terra não seja visto como o senhor, mas sim, como alguém que simplesmente tem uma posse. Uma transação. Este distanciamento do proprietário da terra, como um simples comprador de uma mercadoria, faz possível que os arrendatários da terra não se percebam em uma situação de exploração.
basicamente, o que Marx está apontando, é que o indivíduo passa a se resumir ao que o seu dinheiro pode pagar.
o dinheiro, em shakespeare, é ao mesmo tempo a divindade visível e a prostituta universal